POR DENTRO DO COLETES À PROVA DE BALAS

07/03/2014 18:10

COLETES E CAPAS BALÍSTICAS

 

 

MATERIAL DE APOIO
Há três anos no Brasil o colete balístico passou a ser considerado um EPI- Equipamento de Proteção Individual e garantindo por lei aos vigilantes que utilizam arma de fogo em serviço. Alguns nem imaginam trabalhando sem, mas será que todos sabem como funciona esses sistema de proteção?
Desde os primórdios, o ser humano busca criar mecanismo que o proteja de seus inimigos. O primeiro equipamento a ser utilizado com essa finalidade, provavelmente tenha sido o escudo, peça que remota o período das cavernas e que ainda é utilizada em situação de combate. Os atuais coletes balísticos também descendem de estruturas construídas na antiquidade: as armaduras medievais. Estas eram usadas por soldados, principalmente em batalhas onde havia o enfrentamento corporal com espadas, facas, porretes e até a catapulta que lançava pedras maiores no território inimigo.
Os componentes das primeiras armaduras baseavam-se de capacetes e blusas elaboradas de minúsculas correntes metálicas, conhecidas como malhas. Estas foram sendo aperfeiçoadas até atingirem uma espessura considerável, capaz de deter as armas, cada vez mais sofisticadas. Entretanto, o peso desses equipamentos, elaborado de ferro, bronze e cobre, chegava a alcançar 50 Kg, levando ao esgotamento do guerreiro e fazendo com que ele permanecesse praticamente imóvel na maior parte do tempo. Além disso, o advento das flechas de pontas triangulares ou quadrangulares, capazes de penetrar facilmente essa camada protetora, fez com que as armaduras caíssem em desuso, já que os tornava alvos fáceis dos arqueiros.
No decorrer dos séculos, o homem continou a buscar acessórios de proteção mais eficazes. Mas no período em que novos sistemas de disparo foram criados, inclusive com a manipulação da pólvora branca, esse conceito de segurança individual foi relativamente desconsiderado. O processo só foi retomado, anos após as 1º e 2º Guerra Mundial, quando, praticamente, dava-se o ínicio da Guerra da Coréia. Foi então que ressurgiu a idéia da armadura, mas desta vez, aperfeiçoada a partir do emprego de novos aços, ligas metálicas e fibras plásticas que podiam deter projéteis de baixa velocidade. Nesse período, também foram inventadas as chamadas “flak jackets” ou “flak vests” pesados jaquetões que possuíam como matéria prima o nylon balístico. Esse acessório protegia o soldado dos estilhaços de granadas e fragmentos de metralhadoras. E mesmo que não fosse capaz de evitar efeitos mortais provocados por armas automáticas disparadas à pequena e média distância, constatou-se que o uso da “ flack jackets” reduziu consideravelmente o número de baixas durante a Guerra do Vietnã. No entanto, com o avanço da indústria bélica, novas armas mais potentes e com maior capacidade de fogo foram criadas, fazendo-se necessário equipamentos de proteção ainda mais sofisticados.
Os atuais modelos de colete à prova de balas, são mais leves e mais discretos e seu destino não se restringe apenas aos militares. É muito comum empresários serem adeptos ao uso desse artifício para se protegerem das ações dos criminosos, além, obviamente, dos policiais e dos vigilantes que são profissionais em constante exposição ao perigo e, portanto, o uso é obrigatório durante o serviço.
O MATERIAL
Mas esse gama de usuários só pode existir graças a um material que revolucionou a confecção dos coletes balísticos: a aramida. Esta fibra sintética, que provém do petroléo, foi desenvolvida no final da década de 60 pela empresa de Ciências Dupont, que anos depois relançou o produto sob a marca Kevlar.
Apesar de, já exostirem outros materiais para a elaboração dos coletes, como por exemplo, o polietieno, a aramida é o grande referencial nesse tipo de confecção. Ela possui grande capacidade de manter a estabilidade em altas temperaturas, chegando à 400º sem sofrer variações, além da surpreendente flexibilidade química. As características da aramida são decorrentes da sua nobre estrutura molecular que possibilita o desenvolvimento de um produto de alto módulo, baixo alongamento e, sobretudo, de grande resistência ao impacto, chegando a sedr cinco vezes mais resistente que o aço por unidade de peso e duas vezes mais que o vidro. Esse material é também muito aproveitado na fabricação de cintos de segurança, cordas, construções náuticas e aeronáuticas, na construção de alguns modelos de raquetes e principalmente no desenvolvimento de equipamentos de segurança, como o colete à prova de balas . O Kevlar, inclusive, foi utilizado no revestimento dos pneus do carro que levou o presidente do Estados Unidos, Barack Obama, no desfile de posse, no ínicio do ano de 2009. A fibra também é empregada na confecção de jaquetas resistentes a facadas e demais perfuro-cortantes.
No caso específico do colete à prova de balas, são feitas várias camadas da aramida, entrelaçadas umas às outras, para que acolham a bala, achatando sua ponta e distribuindo e a força de impacto por todo o tecido até que esta seja paralisada sem atingir o corpo do indivíduo.
O número de camadas determina o nível de proteção do colete que poder ir de um a quatro, de acordo com as normas criadas pelo National Institute of Justice – NIJ, apresentadas através de um tabela com padrões aceitos mundialmente para a produção do material. Os vigilantes, por exemplo, utilizam coletes fabricados ao nível IIA, e alguns casos, como o daqueles que trabalham na segurança de transporte de valores, o equipamento destinado pode ser o de nível II, capaz de parar projéteis de 357 magnum e de pistolas de 9 mm disparadas a curta distância.
Para certas ocasiões, em que se prevê enfrentar armamentos dos mais pesados, é possível atingir um grau ainda mais elevado de proteção, reforçando o colete com placas rígidas de cerâmica especialmente resistente, ou até mesmo formada por camadas a mais da aramida, chegando a um número mínimo de 178 sobreposições. Entretanto, o uso desse apetrecho é restrito às forças de tarefa especiais e militares, não sendo permitido o uso para a categoria dos profisssionais da segurança privada.
No entanto, todos os coletes balísticos , seguem a uma mesma norma quando trata da deformação máxima que um determinado projétil, disparado a uma certa velocidade, pode causar no indivíduo atingido:44mm. Esse parâmetro assegura que o trauma causado pela munição não venha oferecer riscos de danificar algum orgão vital.
Para que o colete à prova de bala desempenhe corretamente sua função é necessário ficar atento a algumas observações, como por exemplo o tamanho desse equipamento. “E precisa obedecer a constituição física do usuário, pois se for muito pequeno deixará exposto a área do abdômen, além de apenas proteger parcialmente a caixa torácica da pessoa”, explica Paulo Roberto Maia Cortes , proprietário da Stopower umas das principais empresas que confeccionam esse tipo de material aqui no estado do Paraná – Brasil. O colete balístico deverá fazer, preferencialmente a cobertura desses áreas, já que a grande parte dos orgãos de suma importância estão localizados nela. Segundo o Cortes, as mulheres também necessitam de uma confecção direcionada, pois esses quesitos devem atender a anatomia do corpo feminino, que é estruturamente menor.
Seu ajuste ao corpo é outro aspecto relevante, já que, frouxo, o colete torna-se incomodo e, apertado em demasia, pode dificultar a respiração e com isso retardar os reflexos. Mas há um item, de extrema importância, e que muitas vezes passa despercebido pelos adeptos ao uso do colete balístico: o prazo de validade. Entre os fabricantes do colete, há uma certa variação da indicação do período de validade, mas a recomendação do Guia de Seleção e Aplicação de Coletes à Prova de Bala NIJ 100-01 é de 5 anos, no entanto há coletes que ultrapassam a casa dos 8 anos. Na verdade, esse prazo está relacionado com o cuidado que se tem com o produto, pois o mau uso certamente vai diminuir a capacidade de proteção, podendo até anular sua função protetora, por isso, recomenda-se que, a cada 3 anos, sejam feitos testes com o colete, devendo a instituição ou a empresa, enviar uma mostra de cada série de coletes para que se faça uma análise desse material. Esse tipo de ação deve ser tomada principalmente no segmento da segurança privada, onde os profissionais acabam por fazer o rodízio deste equipamento, ação altamente prejudicial ao material e que pode ocasionar danos às fibras do colete. Além disso, a capa que reveste o acessório precisa ter ampla impermeabilidade, pois a umidade também é um agente danificador do material, e cada pessoa tem um suor diferente, por este motivo a capa deve ser individual.
O armazenamento é outro aspecto relevante, pois é um dos principais redutores do tempo de vida útil do colete, que jamais deve ter a parte interna, onde estão contidas as fibras, mergulhadas na água ou expostas ao calor excessivo.
Vale lembrar ainda, que os coletes que já foram alvejados ou que sofreram algum tipo de perfuração, não devem ser mais usados. É necessário que o fabricante avalie os estragos internos para possíveis reparações ou ratificar a inutilização plena do equipamento, o que é mais comum acontecer.

 

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